Este texto foi publicado várias vezes, em diversos fóruns sobre respeito a diversidade sexual, em inglês, e sem autoria. Achei que ele merecia ser lido em português, afinal, essa pouca vergonha de casamento gay realmente não faz sentido.
sábado, 11 de dezembro de 2010
10 motivos para NÃO aprovar o casamento gay no Brasil
Este texto foi publicado várias vezes, em diversos fóruns sobre respeito a diversidade sexual, em inglês, e sem autoria. Achei que ele merecia ser lido em português, afinal, essa pouca vergonha de casamento gay realmente não faz sentido.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Homofobia: uma palavra que muda tudo
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Quem manda em quem*
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Homo Erectus.
Afinal, que diz a lei contra a homofobia?
Entre a extensa lista de citações do filósofo grego Aristóteles, uma é essencial para que todo este texto faça sentido: “O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete”. Ser gay não é o único motivo que me faz acreditar que o projeto de lei substitutivo 122, de 2006, adiciona a discriminação aos homossexuais a lista de crimes da lei º 7.716 seja benéfico para toda a sociedade. O que me faz acreditar neste projeto é seu texto, claro, conciso e objetivo.
Ao contrário do que vociferam pastores evangélicos Brasil a fora, como Silas Malafaia e o senador Magno Malta (PR/ES), a PL122 não torna os gays uma ‘categoria intocável’. A discriminação por orientação sexual (homo/bi/trans e hetero) passa a incorporar o texto de uma lei já existente, que pune o preconceito por raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero e sexo. Aprovada a modificação, a lei ganha o texto ‘orientação sexual e identidade de gênero’ como complemento.
A lei, que já cita uma extensa lista de crimes contra estas fatias da sociedade, adiciona ainda impedir ou proibir o acesso a qualquer estabelecimento, negar ou impedir o acesso ao sistema educacional, recusar ou impedir a compra ou aluguel de imóveis ou impedir participação em processos seletivos ou promoções profissionais para as pessoas negras, brancas, evangélicas, budistas, mulheres, nordestinos, gaúchos, índios, homens heterossexuais, mulheres homossexuais, travestis, transexuais… pra TODO MUNDO! Ou seja, a lei não cria artifícios para beneficiar apenas os gays, mas para dar mais garantias de defesa de seus direitos para toda a sociedade, da qual a comunidade gay está inserida.
O único artigo que cita diretamente novos direitos constituídos a homossexuais é o oitavo, que torna crime “proibir a livre expressão e manifestação de afetividade do cidadão homossexual, bissexual ou transgênero, sendo estas expressões e manifestações permitidas aos demais cidadãos ou cidadãos”, deixando claro que os direitos são de TODOS, e não apenas de um grupo seleto de pessoas.
Mas e a liberdade de expressão?
O ponto mais criticado por evangélicos, especificamente, é a perda da liberdade de expressão. Ora, onde um deputado em sã consciência faria um projeto desta magnitude e não estudaria a fundo a constituição para evitar incompatibilidades? A PL122 apenas torna crime atos VIOLENTOS contra a moral e honra de homossexuais, o que não muda em nada o comportamento das igrejas neo-pentecostais em relação a crítica. Uma igreja pode dizer que ser gay é pecado? Pode. Assim como pode dizer que ser prostituta é pecado, ser promiscuo é pecado, ser qualquer coisa é pecado. A igreja pode dizer que gays podem deixar o comportamento homossexual de lado e entrar para a vida em comunhão com Jesus Cristo? Pode, claro! Tudo isso é permitido, se há homossexuais descontentes com sua orientação sexual, eles devem procurar um jeito de ser felizes, ou aceitando sua sexualidade ou tentando outro caminho, como a igreja, por exemplo.
Agora, uma igreja pode falar que negros são sujos, são uma sub-raça e que merecem voltar a condição de escravos? Pode dizer que mulheres são seres inferiores, que não podem trabalhar e estudar, e que devem ser propriedade dos maridos? Pode dizer que pessoas com deficiência física são incapazes e por isto devem ser afastadas do convívio social por não serem ‘normais’? Não, não podem. Da mesma forma, que igrejas não poderão dizer (mesmo porque é mentira) que ser gay é uma doença mental, que tem tratamento, que uma pessoa gay nunca poderá ser feliz e que tem de se ‘regenerar’. Isto é uma violência contra a moral e a honra dos homossexuais, e este tipo de conduta ofensiva será passiva de punição assim que a lei for aprovada.
O que a PL 122 faz é incluir. Ela não cria um ‘império Gay’, como quer inadvertidamente propagar um ou outro parlapatão no Senado. A PL 122 não deixa os homossexuais nem acima, nem abaixo da lei. Deixa dentro da lei. Quem prega contra a lei tem medo de perder o direito de ofender, de humilhar, de destruir seu objeto de ódio. Quem prega contra a PL 122 quer disseminar a intolerância. E tudo que nossa sociedade precisa hoje é aprender respeito e tolerância, e descobrir de uma vez por todas que é a pluralidade que torna nossas breves existências em algo tão extraordinário.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Religião e orientação sexual: cada um no seu quadrado
Sou ateu. Nasci em uma família de descendentes de italianos, portugueses e espanhóis, tradicionalmente católicos, que tinham dezenas de imagens de santos em casa, além de rezar novenas e ir ‘catolicamente’ a missa aos domingos. A parte disto, minha mãe freqüenta terreiros de Umbanda, meu pai é Espírita Kardecista, e eu já freqüentei igrejas evangélicas, templos budistas e Hare Krishna. Entendo bem o significado da palavra diversidade, gosto dela, e acho extremamente válida para a construção de uma sociedade plural.
O problema é que o caminho de volta, às vezes, não nos leva ao ponto de partida. O respeito exigido, merecido e prestado a qualquer crença quase nunca retorna a comunidade LGBT com a mesma compaixão. Ao ouvir o discurso inflamado de alguns pastores evangélicos¹ contra os direitos dos LGBT, seja a união civil (erroneamente chamada de casamento gay) ou a lei que criminaliza a homofobia (PLC 122), sinto que estes senhores perderam o discernimento de onde começa e onde termina o seu direito de crer.
O seu direito de crença termina onde começa o meu. A religião é um aspecto da vida privada de cada um, e as crenças pessoas só dizem respeito a quem as tem, e mais ninguém. Ninguém pode (nem deve) interferir no direito de crença de outras pessoas, por mais absurdos que sejam algumas dessas crenças.
A recíproca é a mesma para os outros aspectos da vida privada, incluindo, a orientação sexual. Os LGBTs têm o direito (e o dever) de lutar por suas demandas legais e pra que sejam criados mecanismos que defendam o direito de ter sua orientação/identidade sexual respeitados.
Você pode ser evangélico. Você pode acreditar em deus, pode acreditar que Jesus é o único salvador, que TV é coisa do diabo, e que ser gay é pecado. Você é livre pra tudo isso, e enquanto eu puder, vou lutar para que o seu direito de ser livre de crer no que você quiser e de contar isso pra todo mundo. Desde que, isso não interfira no modo de vida de mais ninguém que não queira pensar como você.
Eu sou gay. Quero me casar, quero ter filhos, quero ter o direito de não ser agredido na rua apenas por ser gay, quero não ser demitido porque meu patrão descobriu que eu não era heterossexual como ele supunha. Quero que crianças não sejam ofendidas e agredidas na escola por serem ou parecerem ser gays. Quero que a diversidade, em sua totalidade, seja respeitada. E não vejo, em nenhum dos meus desejos citados neste parágrafo, alguma ofensa moral, alguma ameaça ao bem estar da sociedade, alguma ameaça ao futuro da humanidade.
Tudo o que eu quero é que religiosos respeitem meu direito de ser quem eu sou, já que ser gay (assim como ser hetero) não é uma escolha, e que lutem sim, para que não haja mais violência, física ou moral, contra a comunidade LGBT. Que cada um acredite no que quiser, que cada um viva como bem entender e que ninguém tente interferir neste direito tão essencial de todos os seres humanos: o direito de ser feliz.
- Dizer ‘pastores evangélicos’ é uma generalização. Como a grande maioria das igrejas protestantes posiciona-se contra os direitos LGBT, me sinto no direito de generalizar.