domingo, 10 de janeiro de 2010

- Perguntas que o manual não responde.

Por que eu não consigo ver as pessoas felizes
realmente felizes, com as pequenezas de suas vidas,
sem ficar com um frio colossal na barriga?

Que diabos é isso?
Inveja?
Culpa?
Mágoa?
Rancor de sei lá quem?
Tristeza de sei lá quando?

De onde vem isso? Da cabeça,
do figado, do coração?

De onde vem essa ânsia de viver o que eu não sou?
De onde vem essa ânsia de ser o que eu não viverei?

De onde brota?
De onde floresce, flor de velório?
Eu quem as rego,
são as lágrimas turvas de antes?
É o choro contido de agora?
Ou a resignação seca que virá?

Me acalmei.
Tomei um copo de água vazio.
Procurei no indíce remissivo.
Último verbete.
Abri na página 134.



Ela estava em branco.


4 comentários:

  1. Adoro a intensidade das coisas que você escreve. E sabe, você não tá sozinho nessa.

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  2. Não mesmo, você tem que saber que não. Te amo. Um dia vc cura isso .-. espero fazer parte dessa cura. s2

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  3. Pensando... também sinto isso. Mas nunca me deixei a pensar.
    Adoro tua intensidade.

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