E então descobri
Que neste planeta-bosque
Onde fui jogado
Não há par pra algo como eu
Só há maças brilhosas
Só há morangos perfumados
Só há laranjas sedosas
Sozinho, sou meio limão sem par.
sábado, 28 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
- (Eu)
Poesia Concreta
Poesia Discreta.
Pedaço de gente vestido de carne
Pedaço de pão pelado.
Despido, oh ceus.
Despido de tudo.
(Eu)
Poesia Discreta.
Pedaço de gente vestido de carne
Pedaço de pão pelado.
Despido, oh ceus.
Despido de tudo.
(Eu)
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
- Vida Filha da Puta.
A vida real é uma filha da puta.
E as despedidas são as irmãs dela,
que acenam da janela,
rindo-se do cortejo fúnebre dos amores que morrem,
das crianças que morrem,
dos cachorros que morrem,
e de tudo mais que nunca deveria sentir as costas em um caixão,
e a cabeça decomposta em sonhos carcomidos.
E as despedidas são as irmãs dela,
que acenam da janela,
rindo-se do cortejo fúnebre dos amores que morrem,
das crianças que morrem,
dos cachorros que morrem,
e de tudo mais que nunca deveria sentir as costas em um caixão,
e a cabeça decomposta em sonhos carcomidos.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
- Cego de tudo.
Nossos olhos estão sempre buscando.
Um controle remoto, um pedaço de papel,
o Taj Mahal, uma barata na cozinha,
outros olhos,
que sempre são outros,
e procuram outras coisas pra ver,
e que nunca são as mesmas.
Só há paz absoluta na cegueira.
O nirvana está nas mãos.
Um controle remoto, um pedaço de papel,
o Taj Mahal, uma barata na cozinha,
outros olhos,
que sempre são outros,
e procuram outras coisas pra ver,
e que nunca são as mesmas.
Só há paz absoluta na cegueira.
O nirvana está nas mãos.
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
- Tales.
Você sempre me liga quando não dá pra atender.
Você sempre desliga, parece entender.
Esses dias comprei um mapa-mundi.
Rasguei o Rio Grande do Norte,
Colei com Santa Catarina.
Os restos eu joguei fora.
Depois das coisas no lugar
em que sempre deveriam estar,
Paris, Caicó, Teresina,
Nada mais tem serventia.
Você sempre desliga, parece entender.
Esses dias comprei um mapa-mundi.
Rasguei o Rio Grande do Norte,
Colei com Santa Catarina.
Os restos eu joguei fora.
Depois das coisas no lugar
em que sempre deveriam estar,
Paris, Caicó, Teresina,
Nada mais tem serventia.
- Sobre ser sozinho.
A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo.
(Fernando Pessoa)
(Fernando Pessoa)
domingo, 22 de fevereiro de 2009
sábado, 21 de fevereiro de 2009
- Azul.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
- A Última Palavra em Fashion
Eu queria ter amigos só pra ter o que falar
Uma porção parasitas que quisessem meu lugar
Para alimentar inveja e o desejo em ver o meu fim
Porque ser melhor que os outros é bonito e faz crescer
Finas flores do bom gosto, digam "oi" para o buquê
Quando eu adentrar na sala quero todo seu olhar em mim
Como assim?
Você não viu?
Se é bom pra Nova Iorque é bom para o Brasil
Eu não sei quanto a você
Mas eu só quero conhecer quem sabe a última palavra em fashion
Você disse que teria o que podia me ajudar
As pessoas, as tendências e os lugares pra ficar
Eu só tinha que investir na reengenharia pessoal
Eram vinte em vinte chances de eu ter o meu desejo
Construir um castelinho com as coisas que apedrejo
Receber mil convidados e dizer ignorar o material
Eu só eu quero expandir
Meu pensamento burguês
Eu lhe dei tudo que tinha e você não se satisfez
Apanhei pra aprender, mas agora já sei
Qual é a última palavra em fashion
Me pintei todo de verde, mas o certo agora é azul
Eu não quis acreditar, você pôs a culpa no cool
Pois no topo do mundinho in & out só há lugar pra um
(Ecos Falsos)
Uma porção parasitas que quisessem meu lugar
Para alimentar inveja e o desejo em ver o meu fim
Porque ser melhor que os outros é bonito e faz crescer
Finas flores do bom gosto, digam "oi" para o buquê
Quando eu adentrar na sala quero todo seu olhar em mim
Como assim?
Você não viu?
Se é bom pra Nova Iorque é bom para o Brasil
Eu não sei quanto a você
Mas eu só quero conhecer quem sabe a última palavra em fashion
Você disse que teria o que podia me ajudar
As pessoas, as tendências e os lugares pra ficar
Eu só tinha que investir na reengenharia pessoal
Eram vinte em vinte chances de eu ter o meu desejo
Construir um castelinho com as coisas que apedrejo
Receber mil convidados e dizer ignorar o material
Eu só eu quero expandir
Meu pensamento burguês
Eu lhe dei tudo que tinha e você não se satisfez
Apanhei pra aprender, mas agora já sei
Qual é a última palavra em fashion
Me pintei todo de verde, mas o certo agora é azul
Eu não quis acreditar, você pôs a culpa no cool
Pois no topo do mundinho in & out só há lugar pra um
(Ecos Falsos)
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
- Doença Sem Cura.
Eu sinto isso como uma doença terminal,
Que me consome em câncer num destes órgãos novos
Entre o estômago e o coração.
O remédio certo não há.
O remédio hipotético nunca esteve aqui.
O remédio possível é de prateleira alheia,
Onde os olhos mal vêem,
A mão nem alcança,
E os suspiros pararam de soprar.
E como é difícil morrer dessa doença que não tem fim.
Que me consome em câncer num destes órgãos novos
Entre o estômago e o coração.
O remédio certo não há.
O remédio hipotético nunca esteve aqui.
O remédio possível é de prateleira alheia,
Onde os olhos mal vêem,
A mão nem alcança,
E os suspiros pararam de soprar.
E como é difícil morrer dessa doença que não tem fim.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
- Linha errada.
E não é que a felicidade é passageira?
Azar o meu,
que nestes anos de gás carbônico que engoli
de trânsitos obtusos que me perdi
e de pontes e viadutos suicidas que se beijam que cruzei,
nem sequer cheguei a pegar o mesmo ônibus
que a dita cuja.
Azar o meu,
que nestes anos de gás carbônico que engoli
de trânsitos obtusos que me perdi
e de pontes e viadutos suicidas que se beijam que cruzei,
nem sequer cheguei a pegar o mesmo ônibus
que a dita cuja.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
- Esquadros.
Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...
(Adriana Calcanhoto)
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...
(Adriana Calcanhoto)
domingo, 15 de fevereiro de 2009
- Genocídio.
Com o carinho que só nós
temos de nossa própria piedade,
me mordia,
me arranhava,
me chupava,
sozinho.
No ultimo segundo,
matei uma humanidade inteira,
com minha mão direita.
temos de nossa própria piedade,
me mordia,
me arranhava,
me chupava,
sozinho.
No ultimo segundo,
matei uma humanidade inteira,
com minha mão direita.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
- Tired of sleep.
Sinto falta de me sentir importante,
nem que seja pra uma pessoa só.
Sinto falta de me sentir desejado,
mesmo que seja por uma noite.
Cansei das distancias,
entre as pessoas,
entre as idéias.
Cansei disso tudo.
nem que seja pra uma pessoa só.
Sinto falta de me sentir desejado,
mesmo que seja por uma noite.
Cansei das distancias,
entre as pessoas,
entre as idéias.
Cansei disso tudo.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
- O Tropeço do Acaso.
Eu tropeço no acaso assim que saio de casa.
Fecho a porta e deixo tudo que é meu,
inclusive eu,
trancado lá dentro,
mal deixando sair o vento.
Sento na rua,
bem na calçada,
onde toda gente passa,
e ninguém me vê.
Mas não me sinto só,
pois mesmo sem ser visto,
reviso o que em mim sobra,
e disso ergo a obra que me reconstrói.
Ali na rua mesmo,
bem na calçada.
Só eu e o nada.
Aos olhos desavisados,
desses que passam por passar,
nada pareço que não outro como os demais,
destes que sentam na calçada,
sem saber o que há de bom por lá.
Rio, pois são cegos todos que na calçada passam,
e não vêem que ali não é lugar de passagem,
mas é lugar de paragem, de se estar.
Mas também não daqueles que fica na janela, mirando pelos cantos, olhando com espanto, e por medo de que fora de casa, que na sarjeta, se sinta mais em casa, nada faz, e pensa que tudo passa.
Pobre coitado, nem sabe que só a felicidade passa, assim como toda a gente passa, e ninguém vê.
Mas eu não me importo com quem me olha da janela, com quem me olha da calçada, com quem me da risada, com o que me faz sonhar.
Eu me importo com a janela aberta sem saber por que, que deixa tudo entrar menos o que não vê.
O homem pensa que a janela lhe deixa ver o mundo.
Bobagem.
A janela é um engenho do mundo pra entrar onde bem quiser.
E a calçada é um engenho do homem que não tem utilidade alguma.
Exceto de ser lugar de sentar para escrever poemas.
Fecho a porta e deixo tudo que é meu,
inclusive eu,
trancado lá dentro,
mal deixando sair o vento.
Sento na rua,
bem na calçada,
onde toda gente passa,
e ninguém me vê.
Mas não me sinto só,
pois mesmo sem ser visto,
reviso o que em mim sobra,
e disso ergo a obra que me reconstrói.
Ali na rua mesmo,
bem na calçada.
Só eu e o nada.
Aos olhos desavisados,
desses que passam por passar,
nada pareço que não outro como os demais,
destes que sentam na calçada,
sem saber o que há de bom por lá.
Rio, pois são cegos todos que na calçada passam,
e não vêem que ali não é lugar de passagem,
mas é lugar de paragem, de se estar.
Mas também não daqueles que fica na janela, mirando pelos cantos, olhando com espanto, e por medo de que fora de casa, que na sarjeta, se sinta mais em casa, nada faz, e pensa que tudo passa.
Pobre coitado, nem sabe que só a felicidade passa, assim como toda a gente passa, e ninguém vê.
Mas eu não me importo com quem me olha da janela, com quem me olha da calçada, com quem me da risada, com o que me faz sonhar.
Eu me importo com a janela aberta sem saber por que, que deixa tudo entrar menos o que não vê.
O homem pensa que a janela lhe deixa ver o mundo.
Bobagem.
A janela é um engenho do mundo pra entrar onde bem quiser.
E a calçada é um engenho do homem que não tem utilidade alguma.
Exceto de ser lugar de sentar para escrever poemas.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
- Alguém pra mim.
Por que não vem me ver?
Eu quero te escutar.
Preciso de alguém pra mim...
Por que não vem me ver?
Eu quero te abraçar.
Preciso de você pra mim.
(Moptop)
Eu quero te escutar.
Preciso de alguém pra mim...
Por que não vem me ver?
Eu quero te abraçar.
Preciso de você pra mim.
(Moptop)
sábado, 7 de fevereiro de 2009
- Sem Título
Passando a língua ao lado da boca,
lambia os restos brancos que
sobraram de uma noite suja.
não era açúcar,
não era cianureto,
não era cocaína,
nem o pó da alma.
Era você.
Que sobrou
e passou.
lambia os restos brancos que
sobraram de uma noite suja.
não era açúcar,
não era cianureto,
não era cocaína,
nem o pó da alma.
Era você.
Que sobrou
e passou.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
- Preciso Andar.
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar...
(Cartola)
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar...
(Cartola)
- Um saco de nada.
Um sofá sem marca.
Roto, como tudo.
Um saco de pipoca,
copos, uma camisa verde limão perndurada.
Assistindo um dvd.
Dexter.
Auto estima nenhuma.
Nenhuma estima.
Um senso de auto-comiseração,
de auto-piedade,
que me impede de abrir as asas.
Acho que eu não sei mais o que fazer.
Roto, como tudo.
Um saco de pipoca,
copos, uma camisa verde limão perndurada.
Assistindo um dvd.
Dexter.
Auto estima nenhuma.
Nenhuma estima.
Um senso de auto-comiseração,
de auto-piedade,
que me impede de abrir as asas.
Acho que eu não sei mais o que fazer.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
- Sem Título
Como devia ser?
Os dois assinam um contrato com a alma,
e quando um dos dois escolhe que é hora de ir embora,
ambos morrem.
felizes para o curto sempre.
Os dois assinam um contrato com a alma,
e quando um dos dois escolhe que é hora de ir embora,
ambos morrem.
felizes para o curto sempre.
- Sem Palavras
Não é medo, nem é riso
Não é raso, não é pouco, nem é oco
Não é fato, nem é mito
Não é raro, não é tolo, não é louco
Não é isso, não é oco
Não é fraco, não é dito, não é morto
Não, não, não, não
(Móveis Coloniais de Acaju)
Não é raso, não é pouco, nem é oco
Não é fato, nem é mito
Não é raro, não é tolo, não é louco
Não é isso, não é oco
Não é fraco, não é dito, não é morto
Não, não, não, não
(Móveis Coloniais de Acaju)
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
- Alô?
Tuuuu.
Tuuuu.
E do outro lado.
“- Alô?”
E meu mundo parou por 13 minutos e 37 segundos.
E do outro lado.
Como será que o tempo passou?
Tuuuu.
E do outro lado.
“- Alô?”
E meu mundo parou por 13 minutos e 37 segundos.
E do outro lado.
Como será que o tempo passou?
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
- Flor sem Par.
Ó bromélia acesa,
toda cheia de si,
com gosto de nova e
cheiro tão nobre,
pensando assim
em mim,
ó cravo
tão bem fincado
neste vaso afastado
de um futuro comum.
Flor de enterro,
Flor sem par.
toda cheia de si,
com gosto de nova e
cheiro tão nobre,
pensando assim
em mim,
ó cravo
tão bem fincado
neste vaso afastado
de um futuro comum.
Flor de enterro,
Flor sem par.
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