sábado, 21 de fevereiro de 2009

- Azul.






















Contei minha vida
Aos pombos azuis da praça,
Assim,
Sem pudores
Sem migalhas,
Como quem lê um livro aos surdos,
Só pelo puro prazer de vê-los tentando ouvir.

E como eles devoraram
meus olhos,
minha língua,
meu coração,
no mais belo ato de piedade
que já houve.

4 comentários:

  1. Porque às vezes a ausência faz com que tenhamos que falar com as paredes - ou com os pombos, no caso. E daí podemos descobrir que talvez eles sejam melhores ouvidos que os humanos...

    Sempre te ouvirei. SEMPRE.

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  2. devorar-se para poder-se...a vida é um pássaro....que belo poema1

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  3. Não consigo não parar pra ler isso toda vez que venho aqui.

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